Este artigo propõe explicar aos pais como devem agir com os filhos no bom uso da internet e das redes sociais, a idade ideal para começarem, e os cuidados que os pais precisam tomar em cada fase de seu filho no mundo digital: seja seu filho criança, adolescente ou jovem.
O fato é que a tecnologia e as redes sociais estão ao nosso redor a todo momento para nos ajudar a desenvolver nossos filhos, desde que saibamos utilizá-la da maneira correta.
Há pais que pecam em várias situações. Ou porque são rígidos demais, ou porque são muito liberais na educação dos filhos quando o assunto é redes sociais.
Não importa se seu filho tem 2 ou 16 anos, em todas as idades você precisa saber intervir de forma saudável para que seus filhos saibam utilizar a internet e as redes sociais da forma correta, e saber como alertá-los dos perigos que estão sujeitos.
Ao mencionar internet e redes sociais neste artigo, estarei me referindo àquelas mais populares como: youtube, facebook, instagran e whatsapp.
Se é sua primeira vez aqui em nosso blog não deixe de ver nosso principal artigo Como Educar seus Filhos: lições para filhos mais obedientes, felizes e realizados.
Neste artigo você encontrará ferramentas, dicas e respostas às principais questões sobre o tema, como:
- Qual é a idade certa para meu filho usar as redes sociais?
- Como argumentar com o meu filho, se ele diz que todos os colegas usam redes sociais?
- Por que preciso estabelecer regras e limites ao meu filho no uso da internet e redes sociais?
- Quais são as regras das redes sociais e internet mais importantes?
- Como não ser liberal demais, nem exageradamente proibitivo com meu filho?
- Como conscientizar o meu filho e alertá-lo dos perigos da internet e redes sociais
QUAL É A IDADE CERTA PARA MEU FILHO USAR AS REDES SOCIAIS?
Muitos pais não se atentam para esta questão sobre a idade mínima para seus filhos utilizarem as redes sociais, ou simplesmente não analisam sobre os riscos que seus filhos estão sujeitos, uma vez que os filhos não tem maturidade suficiente para lidar com os perigos.
Se eu perguntar a você: Qual idade certa para seu filho tirar a carteira de motorista? O que você diria? Se sua resposta for 18, possivelmente foi pelo fato de ter ciência que a legislação de trânsito tem esta exigência, certo?
Nas redes sociais funciona de forma parecida, cada tipo de rede social informa aos interessados a se cadastrarem sobre a idade mínima. O problema é que quase ninguém lê o termo de aceite “de acordo” ao se inscreverem na rede, não é mesmo? Aquelas letrinhas miudinhas que parece não ter fim… lá informa a idade mínima. 🙂
Então… a idade mínima para as principais redes sociais são:
Facebook, Instagran, Pinterest, Snapchat e Twitter: proibido para menores de 13 anos
WhatsApp é um pouquinho mais: proibido para menores de 16 anos.
Acredito que cada rede social tenha um motivo plausível para a recomendação de idade mínima, mas o mais importante é compreendermos que tal restrição está relacionada ao cuidado que precisamos ter com a segurança física e emocional de nossos filhos.
Mas você pode me questionar: Bruno, meu filho (minha filha) já é muito maduro, já sabe lidar com este tipo de tecnologia.
Pode ser que sim, mas o problema maior não é saber usar a rede prudentemente em um cenário normal.O problema está em saber lidar com situações atípicas, imprevisíveis ou vexatórias.
Nestes casos, gosto muito daquele ditado:
“Na dúvida, não ultrapasse! ” 😉
COMO ARGUMENTAR COM O MEU FILHO, SE ELE DIZ QUE TODOS OS COLEGAS USAM REDES SOCIAIS?
Se seu filho argumentar que todos os amigos da escola utilizam WhatsApp e só ele que não usa, o que fazer? Se você considera que seu filho ainda não tem idade, nem maturidade suficiente, o melhor caminho é o diálogo.
Algumas regras e princípios que irei mencionar neste artigo mais a frente, podem ser ótimos argumentos para convencê-lo a não utilizar neste momento, principalmente aquelas regras que dizem respeito a segurança de seu filho.
Honestamente, como pai eu sei como é duro contrariar algo que o filho tanto almeja, mas fazendo o certo estará ensinando seu filho a agir da forma correta, e de quebra estará trabalhando a virtude da paciência nele.
“Em tudo na vida há um tempo certo. Nossos filhos não sabem, mas nós sabemos”.
A princípio, a idade mínima que mencionei em cada rede social já é um argumento forte, assim como é proibido dirigir ou beber antes dos 18 anos, por exemplo.
Com relação ao argumento de que todos os amigos utilizam, talvez seja um ótimo momento para você trabalhar a personalidade de seu filho.
Imagine um dia seu filho em uma faculdade em que a maioria use drogas ou faça algo que é contra os princípios que tem ensinado ao seu filho? Sempre haverá boas ocasiões para ensinarmos o seguinte princípio:
“ ‘Ser maioria’ não quer dizer ‘ser correto’ ”.
POR QUE PRECISO ESTABELECER REGRAS E LIMITES AO MEU FILHO NO USO DA INTERNET E REDES SOCIAIS?
Se seu filho possui idade e maturidade suficiente para ter uma conta nas redes sociais, é importante que você pai e mãe estabeleçam regras e limites para que eles sejam protegidos de armadilhas ou de pessoas mal-intencionadas.
Estabelecer regras e princípios com os filhos no uso de redes sociais é o melhor caminho para que seu filho aproveite de forma saudável esta ferramenta, tão presente e “imprescindível” na vida das pessoas.
Quando você estabelece as “regras do jogo”, estará protegendo seu filho e agindo com prudência. Fica mais fácil exigir algo de seu filho ou corrigi-lo quando é previamente combinado. Como diz aquele velho ditado “o combinado não sai caro”. 😉
Uma pesquisa feita por encomenda da revista ÉPOCA em 2015 mostrou que ainda são poucos os pais e responsáveis por crianças no Brasil que impõem regras de uso na internet para seus filhos.
O estudo ouviu 1.000 crianças, nas idades de 7 a 12 anos, que utilizam a internet, acompanhadas de uma pessoa de maior de idade. Na pesquisa, 65% disseram que não tem tempo determinado para acessar a internet, nem possuem regras claras.
QUAIS SÃO AS REGRAS DE REDES SOCIAIS E INTERNET MAIS IMPORTANTES?
Listei algumas regras que considero mais importantes passarmos para nossos filhos, mas tudo vai depender da idade de seus filhos ou da circunstância em que se encontra.
Veja as que melhores se aplicam a sua realidade:
1. Retire o acesso do seu filho à internet se ele não cumprir com o que foi acordado
Não adianta estabelecer regras se não houver consequências para o seu não cumprimento. Perder o acesso por algum tempo pelo descumprimento de alguma regra talvez seja uma boa forma de corrigi-lo a não repetir o erro.
Importante: tenha coerência com a aplicação da correção proporcional ao erro. Erros leves, uma advertência poderá solucionar. Erros graves e recorrentes podem levar a restrição do uso de um ou mais dias.
2.Estabeleça a Idade mínima ao seu filho para cada rede social
Estabeleça a idade mínima que seu filho pode acessar cada rede social. Isso fará com que você evite surpresas desagradáveis de seu filho entrar em redes sociais e você ser o último a saber. Ou simplesmente ele argumentar que você nunca disse que ele não podia.
Prevenir que seu filho entre é mais fácil do que restringi-lo, uma vez que já utiliza as redes sociais.
3.Defina que não há segredos entre você e ele no uso da internet e redes sociais
Converse com o seu filho e explique a ele que entre você e ele não pode haver segredos. Seja amigo dele, mostre a ele que o objetivo de você acompanhar as conversas tem a ver com seu zelo em querer ensiná-lo a como usar, e não de vigiar.
Esta regra é um pouco delicada, principalmente se seu filho é um adolescente ou jovem. Converse com ele e mostre que esta regra é necessária não porque você desconfia dele, mas porque você tem mais malícia (no bom sentido da palavra) e discernimento que ele para evitar perigos.
4.Proíba seu filho de fechar a porta do quarto e deixe o computador em um local visível
É uma regra que é uma extensão da terceira.
Por que seu filho precisa fechar a porta para acessar a internet ou redes sociais? Como diz aquele velho ditado: “Quem não deve não teme”.
Há muitos casos tristes de filhos envolvidos em grandes prejuízos físicos e emocionais pelo fato de sempre acessarem a internet sem o acompanhamento dos pais. A maioria dos problemas, ou senão todos, poderiam ter sido evitados se os filhos não ficassem com o quarto fechado.
5.Monitore seu filho
Eu como pai, por mais difícil que seja, preciso ter a consciência que minhas filhas têm livre arbítrio. Por mais que eu ensine o certo elas podem escolher fazer coisas erradas ou impensadas.
Não considero errado monitorar nossos filhos, principalmente se percebermos algo suspeito no seu mau comportamento ou uso inadequado da internet e das redes sociais. Estamos zelando pela vida deles!
Isso vai do entendimento de cada um, mas quanto mais cedo diagnosticarmos um desvio, caso ocorra, mais fácil será sua correção. Isso só será possível se estivermos monitorando eles.
Há vários programas espiões no mercado para monitorar redes sociais e internet. Um deles já utilizei para outra finalidade e considero muito bom: http://www.brmonitor.com.br
6. Utilize programas que restringe sites inapropriados conforme a idade dele
Não sei a idade de seu filho, mas utilizar programas que restringe certos sites ou palavras pode evitar de seu filho entrar em um site inadequado. Na internet há várias dicas específicas. Pesquise no google por: “programa para monitorar os filhos na internet” (busque em blogs de formação de opinião que indicam programas de confiança).
No próprio sistema operacional de seu computador ou no sistema operacional do celular ou tablete há recursos e aplicativos gratuitos ou baratos que podem lhe ajudar. Vale a pena investir um tempo em pesquisas, se for preciso. 😉
Caso você esteja sempre presente quando seu filho utiliza estes equipamentos para internet ou redes sociais talvez seja desnecessário, mas se você trabalha o dia todo e não tem como acompanhar o seu filho, estas ferramentas são imprescindíveis.
Há ferramentas que é até possível de você monitorar o computador de seu filho remotamente. Eu utilizo o www.teamviewer.com , que além de ser gratuito é uma ótima ferramenta para acessarmos nosso computador remotamente. É muito fácil de instalar e utilizar, pesquise no youtube: “Como instalar e usar o Teamviewer”.
7.Estabeleça quais sites seu filho pode acessar e quais não pode
Se seu filho tem uma certa maturidade por exemplo para ouvir sobre sexualidade, é um bom momento para você impor regras de sites que ele não deve acessar, principalmente aqueles que são contra seus princípios de moralidade.
Há muitos sites, blogs que além de incitar a sexualidade e pornografia, incitam violência e aversão aos bons costumes como “piadas de baixo calão”.
Em se tratando de internet, aproveito para alertar os pais a tomarem muito cuidado com jogos na internet e vídeos no youtube inapropriados para o seu filho. No próprio youtube é possível configurar para restringir os vídeos para o seu filho, desde que esteja logado na sua conta do google.
Vou contar um caso que ilustra bem o que quero dizer. Minha filha de 4 anos adora assistir Frozen. Depois de assistir a um vídeo, o próprio youtube sugeriu outro vídeo com tema parecido de frozen, porém era um clip de funk fazendo apologia a sexualidade e pornografia com o tema Frozen (é mole? 🙁 ).
8.Estabeleça horários de acesso
Assim como seu filho precisa ter horário para tomar banho, estudar e almoçar, é bom estabelecer os horários que ele pode acessar a internet e redes sociais.
Cuidado com os exageros, o bom senso é o melhor caminho. Se não houver regra de horário, seu filho pode incorrer ao vício e ter sérios problemas relacionados ao desempenho na escola, insônia, ou até mesmo desinteresse em outras atividades saudáveis como brincar e correr.
Caso seu filho já esteja apresentando sintomas parecidos ou fica muito agressivo quando você obriga a desligar o computador, pode ser que ele esteja com este sintoma. Procure orientação ou ajuda. Quanto antes você conseguir estabelecer um equilíbrio para o seu filho, melhor será para a saúde física e intelectual dele.
9.Estabeleça momentos especiais que ele não pode acessar às redes sociais
Os adolescentes e jovens desta geração são vidrados em celular e tablet: não desgrudam em um só momento, não é verdade? rs
Quantos pais saem com filhos para um restaurante para terem um momento junto em família, e esta “geração digital” parece que está somente com o corpo presente? O espírito dele parece que está lá do outro lado do mundo, não é mesmo? rs
Se nosso filho está se comportando desta forma, precisamos pensar em estabelecer limites e procurar um diálogo com ele. Devemos pensar em uma forma de podermos integrá-lo melhor em momentos de lazer em família.
Se nossos filhos não têm mais interesse em nossas conversas, precisamos nos reinventar para tornarmos a sermos interessantes novamente para eles.
Nós pais precisamos ter a consciência que:
“A missão de entrar no mundo de nossos filhos é nossa, e não achar que ele que é quem deve se interessar pelo nosso mundo”.
COMO NÃO SER LIBERAL DEMAIS, NEM EXAGERADAMENTE PROIBITIVO COM MEU FILHO?
Pais liberais são aqueles que não acompanham o filho, nem sabem o que ele está fazendo na internet. Simplesmente liberam o filho e confiam que ele não fará nada de errado.
Um grande erro que os pais cometem, é confiar que o filho não fará nada de errado na internet. O problema não é somente a ação de seu filho nas redes sociais, mas principalmente a reação diante de situações imprevisíveis.
Um assédio sexual nas redes sociais pode ser muito claro para você, mas talvez não seja para seu filho.
Ouvi de um educador uma simulação impressionante que ele fez em sala de aula. Ele Ficou com um celular no final da sala e a criança de uns 10 anos de idade ficou na frente, e os demais alunos assistiam aquela dinâmica.
O educador na conversa simulou que era uma pessoa que tinha uma fábrica de brinquedos e fazia perguntas para a criança do tipo: você gosta de brinquedos? Eu tenho muitos brinquedos legais….
Em um determinado momento ele disse que é muito legal conversar em frente do computador sem camisa, dá mais liberdade. Ele disse: experimenta!
Aquela criança quase tirou a camisa na frente de todos e nem estava se atentando mais que era uma simulação.
Agora imagina o seguinte: se uma criança é capaz de tirar a camisa na frente de todos, o que ela será capaz de fazer dentro de quatro paredes?
Se ser liberal demais não é bom, mas será que proibir tudo é o caminho?
Ser proibitivo não é o problema, o problema é ser proibitivo de forma excessiva, além de não ser participativo. Há pais que simplesmente proíbem o filho de acessar qualquer coisa, porém não se envolve com o filho neste processo. Nestes casos, há uma grande probabilidade do filho se rebelar ou fazer escondido.
A liberalidade ou a proibição a que me refiro, estão relacionados a omissão dos pais em participarem do processo de educação dos filhos no uso da internet e das redes sociais.
Ainda que os pais não tenham familiaridade, é uma realidade presente em nossas vidas, e na vida de nossos filhos, assim como é uma realidade saber como orientar os nossos filhos sobre sexualidade, drogas etc.
“Se você não educar seu filho a usar corretamente a internet e redes sociais, ele estará vulnerável a que más influências o ensine.”
Minha resposta a esta pergunta é:
“Não seja liberal demais, nem exageradamente proibitivo nas redes sociais ou internet com seu filho, seja parceiro!”
Ser parceiro é o melhor caminho. De uma forma bem didática é como ensinar seu filho a andar de bicicleta: você não entrega a bicicleta ao seu filho para ele se virar sozinho, muito menos fica segurando ela o tempo sem soltá-la.
É um trabalho de parceria, pouco a pouco ensinando e dando mais liberdade a medida que ele vai progredindo.
Quando se fala em parceria é de fato sentar junto com o filho, mostrar coisas interessantes e legais na internet, navegar com ele e na medida que se dedica tempo em parceria, flui ensinamentos e conselhos ao seu filho do seu melhor uso.
Acompanhando seu filho, perceberá quais sites indesejáveis ele pode entrar acidentalmente e assim ajudá-lo a ter um acesso mais seguro.
Acompanhe o histórico dele nas redes sociais. É uma ótima oportunidade para você ajudá-lo a saber o que é educado ou não fazer, como piadas de mau gosto, colocações inadequadas, erros de português e até mesmo situações vexatórias como “bullying” (Na minha época de infância não tinha isso, estou ficando velho! Rs).
COMO CONSCIENTIZAR O MEU FILHO E ALERTÁ-LO DOS PERIGOS DA INTERNET E REDES SOCIAIS
Se seu filho tiver idade suficiente e maturidade, converse abertamente sobre os perigos da internet e redes sociais:
- Explica a ele que nunca deve enviar fotos, marcar encontros ou conversar com estranhos.
- Ensine que pessoas mal-intencionadas e mentirosas podem se passar por pessoas boas.
- Explica ao seu filho sobre as mensagens que agridam outras pessoas.
- Mostre a ele o cuidado com acessos de sites que promovem o ódio, violência e pornografia.
- Explique a ele sobre as publicidades mentirosas. Aqueles banners piscantes e as vezes atraentes prometendo mundos e fundos para a criança ou adolescente pode ser uma isca cruel para induzir seu filho a algo errado. Alerta ele sobre esta possibilidade.
- Alerta seu filho a não entrar em um grupo ou clube sem a sua conscientização. Há muitos sites de crianças falsos que podem enganar até os pais. Muito cuidado com isso.
- Alerte seu filho que nunca deve fornecer informações da família como nome dos familiares, telefone, endereço ou e-mail.
Bom, espero que este artigo tenha sido útil para você. Procurei levantar todas as questões possíveis, e passar minha experiência com dicas importantes. 😉
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Bruno e Andresssa Ahnert